José Carlos Barros (Boticas, 1963) já era conhecido como poeta de notável qualidade e tinha também já feito uma incursão na ficção. Eis que surge recentemente com um romance de estreia ― O prazer e o tédio ― de uma maturidade e mestria surpreendentes.
O romance, editado pela Oficina do Livro em 2009, gira em torno de uma figura feminina, Aline, nascida algures no Barroso mas transposta para a cidade, e das suas experiências em torno do prazer. Dir-se-ia mesmo que este romance é uma versão ficcional de um ensaio sobre o prazer e o seu oposto, o tédio. A escrita de José Carlos Barros é notavelmente rica e criativa, e a (des)construção do romance de uma grande modernidade.
No prefácio, assinado por Francisco José Viegas, lê-se: «José Carlos Barros constrói uma pequena maravilha romanesca como há muito tempo eu não lia. Perfeita, melancólica, cheia de amor. Arrebatadora pela sua delicadeza e pelo humor travesso que nos comove.»