O PORTO DO MEU TEMPO

porto_tempoChegou-nos às mãos a 2.ª edição de O Porto do meu tempo, antologia de textos de João de Araújo Correia sobre aquela que ele de algum modo considerava a sua cidade. A edição é da responsabilidade da Fundação Eng.º António de Almeida, e a responsabilidade da edição cabe a João de Araújo Correia (Filho, também já falecido) e José Viale Moutinho. Este último assina igualmente uma sugestiva introdução, onde se inclui uma pequena entrevista com o escritor.

Os textos são retirados de diversas obras do grande mestre duriense e, na sua maioria, evocam figuras gradas da pedagogia, da ciência e da arte. Mas o Porto é sempre o cenário destes textos. Na verdade, João de Araújo Correia confidencia algures: «Não nasci no Porto. Mas, tenho-lhe tanto amor como se ali nascesse. Nada do que interesse ao Porto me desinteressa mim.» E também: «Ir ao Porto [...] é sempre uma festa para o duriense.»

Deste amor e desta festa fala eloquentemente O Porto do meu tempo.

«A SUPER-REALIDADE» EM SEGUNDA EDIÇÃO

super-realidadeA super-realidade, segundo livro de poemas de Rui Pires Cabral, saído pela primeira vez em Vila Real, em 1995, acaba de aparecer em segunda edição, com a chancela da Língua Morta, uma nova editora de Lisboa.

Segundo advertência do Autor, para esta edição, alguns poemas foram emendados e outros pura e simplesmente eliminados.

Restaram vinte e seis poemas de pendor evocativo de lugares e momentos que fazem parte da memória do Autor, em que o registo dominante é o de um certo pessimismo e desencanto ante a falta de sentido da existência e a sensação de que não é possível recuperar o passado onde, apesar de tudo, houve instantes de felicidade e partilha: «[...] Um lago no alto da serra / há quinze anos atrás, os cães que já morreram / correndo para sempre no nosso olival. // Depois disso veio o frio tantas vezes / para trancar as cancelas. // Já colhemos as amoras todas / no verão desses caminhos.»

 

 

COBRA-D’ÁGUA

cobra_aguaA. M. Pires Cabral volta à poesia com Cobra-d’água, volume acabado de sair na Cotovia.

O livro está dividido em dois blocos, “Sarabanda” e “Requiem”, em que respectivamente o poeta exprime as suas inquietações em torno de Deus e da morte.

Entretanto, sairá muito em breve em Itália, na conhecida editora Bibliopolis, a antologia Le illeggibili pagine dell’acqua, poemas escolhidos de A. M. Pires Cabral traduzidos para italiano por Giorgio de Marchis, que assina também uma nota introdutória à poesia do autor.

MODO FÁCIL DE COPIAR UMA CIDADE

copiar_cidadeVítor Nogueira acaba de publicar na &etc o seu sétimo livro de poesia: Modo fácil de copiar uma cidade.

Tal como é habitual no poeta, é um livro temático e estruturado. Desta vez, toma como pretexto três tratados portugueses de pintura, respectivamente de Filipe Nunes, Francisco de Holanda e Cirilo Wolkmar Machado, com cujos ensinamentos vai salpicando os poemas.

Deste pretexto, porém ― como também é habitual no poeta ―, Vítor Nogueira parte noutras direcções e questiona o lugar e o papel do homem. Fá-lo contudo ― e esse é um dos pontos mais interessantes da sua arte poética ― em termos simples, quase coloquiais, sem qualquer tique de ênfase discursiva ou declamatória: «De repente a chuva pára. Vê-se um fiozinho de luz / e a cidade a ir comer à sua mão.» Aquilo que alguns diriam o oposto da poesia, mas que na verdade é poesia, e, no caso, poesia de alta qualidade.

M. HERCÍLIA AGAREZ: ESTREIA NA FICÇÃO

contos_maraoM. Hercília Agarez (Vila Real, 1944) acaba de publicar o seu terceiro livro. Depois de A brincar que o digas (2001, crónicas), Miguel Torga, a força das raízes (2007, ensaio), surge agora com o primeiro livro na área da ficção: Histórias que o povo tece. Contos do Marão (Lema d’Origem Editora).

São quinze contos, divididos em duas secções, a primeira das quais justifica o subtítulo de “Contos do Marão”, pois inclui dez histórias brotadas do húmus das serranias e tendo por protagonistas as gentes que nelas habitam. A segunda parte reúne cinco histórias, regra geral um pouco mais extensas e de temática mais urbana. As características principais desta colectânea são, para além de uma linguagem correcta e de um ‘dizer’ elegante, um discreto sentido de humor e o alcance social.

M. Hercília Agarez tinha organizado recentemente, com Isabel Alves, a antologia Aqui e agora assumir o nordeste (textos de A. M. Pires Cabral). Desenvolve notável acção cultural, dedicando-se em especial ao estudo de Camilo Castelo Branco, Miguel Torga, João de Araújo Correia e Luísa Dacosta.

 

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